A paróquia, o movimento, a missão, os 3 campos de férias, o grupo mensal, o voluntariado, as peregrinações, os coros, os eventos, os projectos... Estás em mil coisas católicas, todas muito boas, todas ligeiramente diferentes.

Fazes bem em todas elas. Mas o que te faz bem a ti?

Não estás comprometido em nenhum lado (nem daria, não podes ter tempo). Não conheces a fundo nenhum desses caminhos (por muita admiração e amizade que lhe tenhas). Não trabalhas (deste prioridade à agitação social). E confundes oração com atividade.

Não tens dado a Jesus nenhuma exclusividade, andas disperso e baralhado. Escolhe o que quiseres, larga o resto.

O bom pastor vê que lhe falta uma ovelha. Sou eu. Põe-se a caminho e rapidamente me encontra. Fico contente: estou onde quero e o pastor veio cá ter.

Mas diz-me que temos de ir embora! Que o sítio não é bom e que me posso magoar. Eu reclamo: acabei de chegar e estou cansado. Mas, por isso, acabo por deixar que me leve aos ombros.

Porque não pude ficar ali? Às vezes penso que Deus é bom pastor porque vem ter comigo onde eu quero estar. Como se não houvesse um rebanho, uma casa, um caminho. Como se importasse mais seguir-me do que a Ele.

E aos Seus ombros, por um caminho mais belo que o da minha fuga, percebo que andar com Ele é bem melhor. Por muito atrativos que fossem os atalhos.

Estás muito preocupado pela paz no mundo, falas com apreensão das zonas de conflito, indignas-te, querias mexer-te, fazer qualquer coisa.

Mas na reunião de condóminos és um franco-atirador. Disparas em todas as direções, destróis, estudas o inimigo, desenhas planos de ataque. E não farás nada pela paz começando uma guerra no teu prédio.

O Papa falou de paz. Procura-a primeiro dentro de ti: só Deus dará paz à tua consciência. Depois à tua volta: a paz que transmites quando vives para os outros. Depois na reunião do condomínio. E no trabalho, nas filas de espera, no trânsito.

Não acredito que te preocupem lá longe, se aqui vais desprezando os feridos.

Nas suas primeiras palavras como Papa, Leão XIV desafiou-nos a caminhar com ele "sem medo, para proclamar o Evangelho, para ser missionários".

Começa já hoje. Uma sexta-feira igual às outras, com a diferença de termos um novo Papa. Que se note a tua alegria. Que vejam, no teu trabalho ou turma, como estás contente. Di-lo com naturalidade.

Soa estranho? Estranho é que uma fé com tanto peso na tua vida, apareça tão pouco na tua conversa.

Com Cristo, sem medo. Queima-te.

Obrigado por teres aceitado a missão de nos guiar.

Ainda não te conhecemos.

Não importa. Em ti vemos Pedro, a quem Jesus confiou a tarefa de nos apascentar. Não somos um rebanho fácil, mas o Espírito Santo fará que nos conduzas, juntos, ao Seu redil.

Conta connosco.

Há gatos bem cuidados. E velhos também. Há velhos abandonados. E gatos também.

Entendo o teu empenho em cuidar dos gatos. Mas não entendo a indiferença em relação aos velhos. Não há um único animal à frente de uma pessoa.

Cuida do gato se te der pena, se estiveres ligado, se for companhia. Cuida do velho porque é um dos teus. É sempre.

Custa mais, complica a vida? É o que estás chamado a fazer: servir. Pensa onde podes ajudar e começa, pensa o que podes prever e prepara-o.

Também há velhos que cuidam de gatos. Talvez disfarçando a pena de uma enorme solidão. Ajudamos?

Mudaram algumas circunstâncias da tua vida. E sem aviso prévio, foste desaparecendo. Não respondes, quando respondes és vago. Não apareces, nunca podes.

Deste lado ficou, primeiro, a ideia de que estavas chateado. Mas percebemos agora que estás com vergonha.

Talvez penses que não aprovamos o que mudou na tua vida. Ou que te vamos apontar o dedo, ou pedir contas. Ou até que já não estás à nossa altura.

Desculpa se foi a ideia que passámos.

E responde. Tem de ser possível conversar, faz falta a proximidade dos amigos. Não chutes a porta que deixamos aberta para voltares.

Estamos na semana de oração pelas vocações.

Não precisas de rezar para a ter, porque já a tens. Não precisas de rezar pela quantidade, porque não são os números que importam.

Reza, sim, para que mais e mais gente veja o que Deus lhe pede. E se entregue com amor a esse caminho de felicidade. E seja fiel ao que prometeu, até ao fim.

É verdade que o número descansaria um pouco. Descansa em Deus que nos pode fazer santos. E vais ver que os números se compõem!

Jesus, estou sempre a pesar a minha imagem. A estragar as coisas boas que me dás, por medi-las com o orgulho, contando os elogios, pedindo que me amem.

E não quero perder os Teus dons por não ser agradecido, por não reconhecer que sou um incapaz e que Tu podes tudo.

Muda-me. Que eu viva por Ti, sem contaminar, com o amor próprio, a Tua glória. Que viva na Tua sombra, alegrando-me com o que Te alegra, procurando o que Te dá gosto.

E que fuja das coisas aparentemente boas que me afastam de Ti.

Não tens, por vezes, a sensação de estar a embrutecer? Ficas horas a consumir conteúdos inúteis. Dá para rir, passar o tempo, aprender umas curiosidades... mas não fica nada.

E vais perdendo a vontade de ler, tens dificuldade em formar opinião, preferes mudar de tema quando a conversa é séria, dizes coisas com piada mas nunca interessantes, tens menos recursos para pensar, explicas-te mal.

Não deixes que as distrações sejam o que te forma. Com disciplina, tira-as do tempo de trabalho, vai mais fundo no que tens entre mãos, estuda, interessa-te.

Podes mais, não sejas básico.

Gostamos de histórias de vida certinhas, em que cada passo é dado na altura certa e fica resolvido.

Sabia o que queria e foi o que estudou. Sonhava com o trabalho que conseguiu. Viu a vocação, entregou-se e está feliz. Tinha planos e cumpriu-os.

Mas o teu caminho tem mais percalços e é arrancado a ferros. Indeciso no que queres, em caminhos sem saída, tentando o que não funciona. O tempo passa e tu sempre a recomeçar, sem a segurança do previsível.

Nem os outros caminhos são assim tão perfeitinhos, nem o teu é pior por ser acidentado. É o que Deus sabe que precisas, ainda que te troque as voltas. E, com altos e baixos, irás ter ao mesmo sítio.

A partir do dia 7, os cardeais vão eleger um novo Papa. Cá fora alinharam-se as claques: tantas quantas as opiniões. Tem que ser este, ter aquele perfil, se não for assim vai correr mal, o outro é melhor, precisamos é deste estilo.

E sem qualquer razão (não têm relevância no processo), vão instalando a desconfiança em alguém a quem queremos prometer obediência.

Formemos uma claque, sim. Que apoia todos, que suporta o conclave. Que grita ao céu pela oração, que confia a Deus o rumo da Igreja. Que reza com fé e sentido sobrenatural. E que não põe ninguém de pé atrás.

Grande coisa é ser professor!

Enquanto pensamos em produzir, mostrar resultados, fazer fortuna, carreira, subir... há uns quantos que preparam os mais novos para a vida.

Discretos ou desconhecidos, alguns amados mas esquecidos, dispostos a dar o que sabem e o que são.

Tens muitos talentos para fazer render e alcançar muito sucesso. Mas não deixes de perguntar se os podes utilizar para o sucesso dos outros.

É uma vocação. Se a tiveres, quanto bem podes fazer.

Tens muitas, mais ou menos estudadas e discutidas. Mas ainda que as ultrapassasses todas, sobraria a maior delas: era admitir que não tinhas razão.

E como custa!

Basta dizê-lo para te começares a inquietar, a pensar no que vais responder, nos argumentos fortes, no modo de humilhar...

Mas, olha: não há ninguém para derrotar. Isso é entre ti e Deus. Ele espera, paciente e humilde.

A vida sem Deus é escura. Às vezes temos umas baterias de luz própria, ilusões fugazes que dão um pouco de segurança para logo nos deixarem encerrados de novo na escuridão.

Temos luz porque a recebemos de Deus. E então, que espanto, que esplendor! Tudo tem uma cor diferente, descobrem-se maravilhas, sobressaem os mais pequenos pormenores.

Aproxima-te desta fonte. É que andas encantado com a lanterna do telemóvel! E quando a bateria acaba, vives de latas de conservas...

Posts mais antigos