És boa pessoa, tratas bem os outros e dás valor à solidariedade. Encontras sentido na família e nos amigos.

Mas não acreditas em Deus, nem na Igreja. Ou até acreditas, mas com uma fé frouxa, indiferente. Aborrece-te pensar e debater a moral e as verdades de fé. Afinal, não basta o amor?

A questão é saber se esse amor é a pequena luz, frágil e fugaz, de um fósforo, ou toda a cor e esplendor do céu de meio-dia. Se esse amor, que é a verdade da tua vida, está também no cosmos, no início, no fim, no porquê de tudo. Se nasce em ti e morrerá contigo, ou se dele recebeste a vida. Se é o amor que te receberá na morte.

O lugar onde estás é um bom sítio para procurar Deus! Deixa o teu amor crescer até à sua verdadeira dimensão. E encontrarás a fé.

Os cristãos acabam de celebrar a Páscoa, a entrega de Jesus por cada um.

Houve um homem, que tu não conheces, que deu a sua vida por ti. Que te amou tudo o que se pode amar, sem que tu o pedisses.

Esse homem está vivo e continua a querer que o conheças, a querer explicar-te porque se entregou por ti, a querer mostrar-te a felicidade que encontras por seres amado.

Não tens curiosidade? Procura-O.

Assim termina o Papa Francisco a sua autobiografia. Possamos nós agora ser outros passos.

É tempo de rezar mais. Em ação de graças pela vida do Santo Padre e para que Deus o acolha na Sua ternura. E para que o Espírito Santo continue a guiar-nos através daquele que escolher como Servo dos Servos de Deus.

Hoje muda tudo. É a diferença entre uma vida sem saída e um caminho amplo e luminoso até ao que mais desejamos.

Vencendo a morte, Jesus abriu as portas do céu que tínhamos fechado ao virar as costas a Deus. Ressuscitando, curou todas as misérias, quebrou todas as barreiras, derrubou todos os obstáculos. Entre ti e a vida eterna já só resta a liberdade.

Deus existe. Jesus vive. Deixa-O viver em ti.

Para sempre.

Entre a cruz e a ressurreição há tempo.

Como entre a entrega e a vitória, entre a dor e a alegria, entre a semente e o fruto, entre a morte e a vida.

Aprende a esperar com a fé e a confiança de Maria.

Jesus tomou o teu lugar. Prendeu-Se por todas as vezes que fugiste, sofreu por todas as vezes que O negaste, amou como não foste capaz de amar, morreu para poderes voltar à vida.

Olha para a cruz. À brutalidade do pecado, Deus respondeu com o perdão. Pagou por ti cada infidelidade.

E como te queixas do que te custa!

Aceita essa dor, ama-a. Consola-te com Jesus que passou por tudo isso. Consola-O a Ele, que pagou o teu resgate.

A dor, o desprezo, a vergonha, a solidão. Tudo o que temes e de que foges. Tudo aceitou Jesus, amando-nos até ao fim.

Assim está no sacrário, entregue em cada gota, inteiro numa migalha, sem defesas, sem barreiras. Disponível para beijar os teus pés, sujos dos maus caminhos. Aceitando cada beijo teu, que te sabes capaz de O trair.

E é Deus.

Como O tratas na Eucaristia?

Vai começar o tríduo pascal. Ainda tens tempo de olhar para os textos da liturgia destes dias: a Missa da Ceia do Senhor, onde instituiu a Eucaristia e o sacerdócio, antes de ser preso; a celebração da Paixão, em que padece por ti; a grande festa da Páscoa em que venceu definitivamente a morte.

Repara no que se diz e faz. O que ouves em cada Missa tem aqui a sua fonte. A liturgia, oração de toda a Igreja, torna de novo presente o acontecimento central da tua redenção. Celebras a razão por que te chamas cristão, recordas por que tens tanta necessidade da Missa, reafirmas os motivos da tua serena alegria.

Recolhe-te. Vai começar.

És curioso, adoras fofocas, queres sempre saber de todos. Para contar, para ser o primeiro, para seres tu a gerir a informação.

E nessa pobre fome de novidades, vives distraído. Tão distraído que não tens interioridade: não te conheces, só sabes o que queres parecer. Tens medo do silêncio e de te descobrir vazio, medo que a consciência te obrigue a mudar, medo da verdade sobre ti próprio.

Vive mais recolhido. Guarda tempo para desligar e ficar só: tu e Deus. Por muitas fraquezas que tenhas, ficarás maravilhado por te descobrires. E saber que, mesmo assim, Jesus deu a vida por ti.

Ah! E não espreites mensagens, agendas ou apontamentos de outros. Nunca. Por muito que pareça sem querer.

O que quer dizer que talvez não te peça isso.

Ou, então, pede. Por isso, consegues, ainda que seja difícil e te apeteça muito pouco.

Prepara-te para tentar: pede ajuda, faz o que podes e confia em Deus, que fará o que não podes.

Jesus morreu por cada um de nós. A fé e o amor que nos unem, que Ele conquistou com a Sua morte e ressurreição, são muito fortes.

E, mesmo assim, continuamos divididos.

Achamos que cremos, amamos ou rezamos melhor que outros católicos. Que devemos ser tidos em conta, que os outros são soberbos. Há dois mil anos que não conseguimos trabalhar juntos.

Talvez seja assim por mais dois mil. Mas como é pela unidade que nos reconhecerão discípulos de Jesus, faz pelo menos a tua parte. Serve, sorri, cede e não desistas. Para que vejam Cristo em ti.

És muito disponível. Quase sempre movido por uma genuína vontade de ajudar. Mas, na verdade, sabes que há outros motivos para essa generosidade.

Estás disponível para quem te elogia, disponível para pessoas bonitas, disponível para o que gostas, disponível para os influentes, disponível para o que promete...

E não estás disponível em casa.

Já sei que é onde passas mais tempo, mas há uma prontidão e empenho, que mostras noutros lugares, que não tens na tua principal missão. E reclamas, sobrecarregado, com o muito que já fazes.

Antes do que apetece, faz o que deves. Do que te atrai fora, existe melhor em casa.

És muito pessimista. Isso é mau e desanima-nos.

Às vezes exasperas. É que não há razão para dizer que vai correr mal, se fizeste com tempo o que devias ter feito. Nem para dizer que há problemas quando ainda não tens sinais deles. Nem que está tudo errado quando estão todos tranquilos.

Vive com o otimismo da fé, como quem faz as coisas para Deus. Trabalha com esforço e responsabilidade e deixa os frutos nas mãos do Senhor. Olha para o que os outros suportam e ajuda-os a ver primeiro o que é bom.

Deus não perde batalhas. Não as perderás se estiveres do Seu lado. Sê realista, contando que Deus vê as coisas melhor do que tu. E não estragues o ambiente por ter medo de falhar.

És muito otimista. Isso é bom e dá-nos ânimo!

Mas às vezes exasperas. É que não há razão para dizer que vai correr bem se não fizeste o que devias ter feito. Nem para dizer que não há problema quando os outros estão cheios deles. Nem que está tudo bem quando estão magoados contigo.

Vive com o otimismo da fé, não com intuições e fezadas. Trabalha com esforço e responsabilidade, não com palpites e sorte. Olha para o que os outros suportam, não para o teu umbigo.

Deus não perde batalhas mas tu perdes. Se não fores realista, acabarás por não dar luta às que podias vencer. E atropelas alguém.

Disseram-me que a Igreja não tem que se meter na cama das pessoas e que não tem nada a dizer sobre sexo. Muito menos ditar regras. Ok.

Mas a vida corre e surgem as perguntas. Terá o sexo um significado? Um fim? Vários? O que eu faço tem consequências? E pedi às mesmas pessoas umas ideias de moral sexual.

– Com consentimento, faz o que quiseres. Tenta só não exagerar. – Só isso? – Só isso.

Nem uma razão para ser fiel? Nenhuma ligação entre sexo e amor? E família?

Pareceu-me pouco para algo tão central na vida. E, afinal, a Igreja até tem umas ideias. Não são regras: é uma proposta original, positiva, que vale o tempo dedicado a compreendê-la. É que, reduzindo o sexo ao prazer, partimos isto tudo. Como se tem visto.

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