Tema: Conversão

Domina o relativismo, ganha a força. Perdemos certezas e terrenos de diálogo. O homem escondeu Deus e faz as Suas vezes: decide quem é, escolhe mandamentos, guia a humanidade.

Com um poder imenso de comunicação, disfarça-se a solidão, as famílias destruídas, o egoísmo, a confusão dos géneros, o vício da satisfação dos sentidos... a falta de esperança.

Há sítio para um cristão neste mundo?

Há! À frente, bem visível. A indicar o caminho de regresso a Deus, que todos –sim, todos!– anseiam redescobrir.

Não temas. Crê.

Surge como obrigação, necessidade que aceitas com abnegação e virtude. E dás tempo, energia e cabeça para cuidar de quem precisa de ti.

Mas há mais. Aqui somos felizes fazendo felizes os outros. Se puseres alegria, tirarás alegria.

Agradece o que aprendes dos mais necessitados, da sua história rica, da humildade com que se põem nas tuas mãos, das suas lutas e recomeços. Não há descartáveis.

Cuida –ouve, trata, limpa, sara– com alegria! É um privilégio teres agora alguém confiado, a quem podes retribuir o que recebeste, a quem podes fazer feliz. Em quem tens Cristo.

Precisamos de ti. Por isso, agora é para descansar, parar, mudar hábitos ou fazer tratamentos. O que o médico mandar.

Não vale a pena armar-se em forte, nem disfarçar fragilidades. Cuida-te e recomeçarás com mais força.

É o momento de desconfiares do teu jeito, da tua inteligência, da tua resistência. Para confiar em Deus e entregar-Lhe tudo.

Ele sabe. Deixa-O agora fazer por ti.

Tens o bom hábito de utilizar meios humanos para a vida espiritual. Aprendeste a conhecer-te, a ler os outros, a fazer as perguntas certas, a recuperar a paz.

Mas esqueceste que estás em empreendimentos sobrenaturais. Que Deus pode o que tu não podes, que as tuas forças são insuficientes. Queres tanto familiarizar Deus com o mundo, que desligas o mundo de Deus.

Usa todas as ferramentas que Deus te deu para viver bem. Mas lembra-te que Ele existe, que há realidades espirituais, que és pequenino e há coisas fora do teu alcance.

Deus concedeu-te grandes consolos. Sempre O serviste com entusiasmo, firmeza e paixão.

Por isso estás desconcertado. Andas sem vontade. Conheces e queres fazer o bem, mas não tens a mesma alegria.

Será que te desleixaste e o coração fugiu para longe?Será Deus a pedir-te um passo mais firme de fé?

É tempo de purificação. De colocar o coração na cruz, identificado com a entrega completa do Senhor no calvário, e ser fiel.

Ele não procurou consolos. Procurou-te a ti.

Na tua agenda há encontros marcados com Deus: um terço aqui, ali uma vigília, uma Missa, uma leitura... Momentos bons e importantes.

Mas cuidado com o amor de calendário, incapaz de ser criativo, de surpreender, de uma visita mais demorada.

A nossa relação com Cristo é tão única quanto único é cada um de nós. Como é a tua? Que coisas só tu Lhe dizes? Em que momentos comuns O consegues encontrar?

É tempo de descobrir e repetir essas pequenas loucuras de amor, só tuas, que vão trazendo Deus para o dia todo.

Andas confiante. Já o tinhas experimentado mas agora é diferente.

Antes, tinhas a confiança de uma pessoa com saúde, forte, bem sucedida. Olhavas o mundo de cima com meios para vingar em qualquer ambiente. Mas com um certo receio de uma solidão repentina.

Agora sabes que Deus não deixa nunca de te amar. E, ainda que a vida não sorria tanto como noutros tempos, a tua confiança é mais verdadeira. Não é em ti que confias, não é na saúde que te apoias, não é na popularidade que descansas.

Esperança que não engana, só em Deus.

*Caminhamos para o Jubileu da Esperança em 2025. Espreita o link da história para começares a preparar-te, renovando o teu modo de fazer oração.

Chegou o merecido tempo de descanso. Podes dormir um pouco mais, fazer as coisas devagarinho, ficar mais tempo à mesa, gastar mais, fazer uma sestinha...

E, à boleia do que te ajuda a descansar, também achas que tens desculpa para mais uns pecadinhos.

Um bocadinho mais vaidoso, arriscar mais com o álcool, desafiar a fidelidade, um arzinho mais sensual, um bocadinho maledicente... Como se a vida cristã fosse só mais uma obrigação de que te libertas com alívio.

Se o descanso não te aproxima de Deus, talvez O temas, mas não O amas.

Quanta alegria, quanta paz! Quanta certeza de me saber amado.

A luz para decidir, o regaço para regressar, a rocha da tranquilidade.

E o bem que não fiz, o próximo que não vi, as ilusões por que passei.

Aceita agora o que tenho, completo, total, até ao fim. Com a pena de chegar tarde e a esperança do Teu abraço.

Dedicamos o mês de junho ao Sagrado Coração de Jesus.

O coração que te consola, que espera sempre por ti e te olha com ternura. Que conhece as tuas fraquezas e nem por uma deixa de estender a mão. Que te facilita a oração, que se faz notar sensivelmente.

Mas esse coração arde de amor. E, atrás do consolo, vem o fogo que purifica o teu coração e o move a mudar, a lutar, a queimar o que está a mais. E é tanto.

Com o consolo vem a conversão. Senão, é teu, não de Deus.

É assim tão importante pôr o centro da nossa fé neste mistério que não compreendemos? O que muda por sabermos que num só Deus há três pessoas?

É que o próprio Deus, por amor, quis revelar-nos a Sua intimidade. Disse-nos que Ele mesmo é comunhão e nós, Sua imagem, estamos chamados a dar-nos do mesmo modo. Uma trindade de amor que não cabe na nossa cabeça mas habita no nosso coração.

E o mistério não é obscuridade, é luz a mais, para uma inteligência que não abarca Deus, por Ele ser... Deus!

Ele quis que soubesses que é Pai, Filho e Espírito Santo. Procura hoje, dentro de ti, as três pessoas.

És combativo! Defendes a doutrina cristã com firmeza e convicção.

Mas amargurado, quase vingativo. Procuras a salvação das almas mas parece que as queres derrotar!

Desde que és cristão, deixaste de ter inimigos: estás do lado de todos. Porque não se nota?

A intimidade com Jesus e uma intenção purificada dar-te-ão o rosto humilde e manso que atrai almas para Deus.

Talvez O procures também. Talvez tenhas ao teu lado quem deseje que O encontres.

Mas Deus criou-te, amou-te desde o início, pensou fazer-te feliz como não podes imaginar, e tem uma enorme sede que lhe respondas livremente.

Procurou-te primeiro e espera-te, quer precisar de ti. Deixa-te encontrar.

Deixámos de usar a cabeça, discutimos com o coração. Só. Sem a razão, sem a ciência, sem a história, sem a justiça e sem o bom senso.

Já não somos esclarecidos: não interessa, não chega! Somos comovidos, entusiasmados, enfurecidos, enternecidos. Deixámos de aprender. Decidimos pela inclinação mais forte e já nem queremos que concordem, só que nos apoiem.

É a estratégia de quem fala para consumidores. E também a fraqueza de procurar desculpas para o mal e não razões para a verdade.

É provável que o coração te domine. Não o sigas se te afasta da verdade.

Pela dedicação com que escrevi este texto, não me digas agora que discordas!

Talvez sejam muitas as razões que te levaram a ser cristão: fazeres parte de uma comunidade –família!– onde caminhas acompanhado, o encontro com a beleza e a vontade de a mostrar, aquilo que aprendeste e como gostas de o defender...

Mas um momento fez toda a diferença: quando percebeste que não estás só, que Deus te ama e que podes ter uma relação pessoal, de amizade, com Cristo. Tens uma vida interior onde conversas com Deus.

Se não sabes do que falo, é o que deves procurar. Recorda-o se o tinhas esquecido.

Sem essa ligação direta, é difícil perseverar.

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