Tema: Vida

É muito diferente a felicidade que Deus promete daquela que encontras numa vida cómoda. Esta existe em constante tensão, pelo medo de que acabem os pequenos prazeres, pela fragilidade da saúde, pelos desejos não correspondidos da vaidade...

Jesus propõe-te, ao Seu lado, uma vida realista de paz, serenidade e alegria, mesmo entre a escassez e a dor. Mais profunda, mais segura, mais esperançosa.

E, por fim, plenamente feliz. Para sempre.

Pode ser do calendário, é má altura. Ou o horário que dá pouco jeito. O tema, se calhar, também não ajuda. Os jovens de hoje em dia! O tempo. E as redes sociais...

Tudo conta. Mas a verdade é que também não te empenhas.

No trabalho, na escola, em iniciativas e projetos, faz-se muito com uma pessoa persistente e entusiasmada. Que dá tempo, liga, marca, insiste, estuda, espalha... Que se mexe!

Tens sido generoso?

Muito para ouvir o que gostas com qualidade e sem incomodar os outros.

Mas andas sempre com eles postos, escolhendo o que ouves e surdo ao que se passa à tua volta.

E esse hábito, quase natural, acaba por te afastar da contemplação dos outros, da beleza, de Deus... e de ti próprio, porque ocupa muito espaço no teu mundo interior.

Troca tempo de distração por tempo de atenção. A quê? A tudo o que não entra pelos ouvidos e te falta descobrir. E à mais elementar mostra de educação: ouvir os outros quando te falam!

Era um médico católico, que se recusava a compactuar com o aborto.

Era uma professora católica, cujo ensino refletia um grande amor pelo mistério do ser humano.

Era um empresário católico, que pagava salários dignos e que queria que os seus trabalhadores passassem tempo com as famílias.

Era uma farmacêutica católica, que atendia os mais velhos com carinho e paciência e que, por causa da sua fé, não aconselhava pílulas do dia seguinte.

Era um operário católico, que se alegrava e santificava com o trabalho e que preferia guardar o Domingo do que ganhar um salário maior.

Era um estudante católico, que estudava com afinco e que rejeitava as cábulas.

Heróis de todos os dias. «Santos ao pé da porta», como diz o Papa Francisco. Queres ser um deles?

Fazes os mínimos, nunca arriscas. Tens medo que perturbem a tua tranquilidade egoísta. És um picuinhas que se fere com as coisas mais insignificantes. Não tens interesses e a tua conversa resume-se a frivolidades e prazeres.

Foste feito para mais! Para uma vida de heroísmo, de aventura, de amor.

Se podes ser melhor, tenta. Se podes dar mais, arrisca. És filho de Deus: o mundo é teu.

***

Estás disposto a complicar a tua vida para dedicar mais tempo aos outros?

Tens metas altas no trabalho e no estudo para que o teu testemunho cristão chegue a mais pessoas?

Um trabalho discreto, monótono, simples, que poucos veem.

Mas tu, com olhar atento, deves ver e valorizar. E ser agradecido.

No meio de tanta popularidade, abundam as vidas escondidas que levam isto para a frente.

Vamos procurá-las para poder repetir mais vezes: obrigado!

És tão diplomata que não chegas a ter opinião. És tão respeitador que achas agressivo defender a verdade. És tão egoísta que privas os outros de conhecer Cristo.

Mas o que esperam de ti, enquanto católico, é que dês testemunho, com a palavra e com o exemplo, daquilo em que acreditas. Não caias no engano moderno de chamar violência à defesa da verdade.

Tens a sorte de conhecer Cristo. O que pode haver de mau em falar Dele aos outros?

Claro, não te preocupes. Falamos depois.

Ia pedir a tua ajuda num momento difícil, gostava de te contar um problema, precisava de estar com um amigo, queria só desabafar, partilhar uma alegria, pedir uma opinião.

Nunca o chegarás a saber, mas eu percebo: é o trabalho...

Portas-te bem porque te veem. Percebes as razões mas só te segura o que dizem à tua volta, a expectativa que puseram em ti.

Calma! Não comeces a fazer disparates para ser espontâneo e sincero!

Aproveita para perceber como é valiosa a vida em família e em comunidade. A lealdade aos outros puxa pela tua fidelidade. Ver gente entregue puxa pela tua entrega.

Mas ser bom para não chocar é pouco. A tua vida cristã é uma resposta ao amor de Deus por ti e tem que ser livre, pessoal e profunda. Quer vejam, quer não.

Que têm as soluções, faziam de outro modo, reformavam. Que diziam das boas se fosse com eles, que metiam na ordem se pudessem. Que sabem que este devia ir para ali, e que aquele devia fazer aquilo. Que se indignam. Que reclamam. Que fazem planos...

Não duvido da boa intenção. Mas, na Igreja, o que arrasta é o exemplo de uma vida santa. Que tem pouco de claque!

Que não pode fazer isto e aquilo, estar não sei onde, experimentar não sei o quê...

Renúncias? Com a ajuda de Deus, de bom grado renunciarei a tudo o que estiver entre mim e Ele. Não há renúncias, há uma eleição: Jesus Cristo. Para O ter, tudo vale a pena. À Sua amizade nada se compara.

Bendita liberdade que nos deixa entregar o coração!

Habituamo-nos a fugir à questão, satisfeitos por perguntar, entre cada decisão: porque não?

E esperamos, sem resposta, que o coração nos dê razões à frente de cada pessoa. Quanto vale uma vida boa? E uma vida limitada? E uma vida dura? E pobre? E rica? E útil? E velha? E acabada de formar?

E a tua vida, quanto vale?

Procura o sentido da existência, pergunta porque estás aqui. Sem medo! Foste feito para o Céu, vales todo o amor de Deus, todo o sangue de Cristo. Sabê-lo não é só importante: é lindo!

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És fortíssimo. Pões uma coisa na cabeça e não há quem te pare até a conquistares. Carregas sozinho o que vários juntos não conseguem. Se é para fazer, levas tudo à frente!

Mas não controlas os apetites mais básicos. Amoleces e cais sem chegar a lutar. O comodismo, o desleixo, a comida, a impureza... envergonham-te porque te dominam.

Pede a Jesus que te dê a Sua força. Os teus músculos dão para mostrar e ajudam-te a agir. Mas não chegam para amar.

Sem a graça de Deus és um trapezista: fazes coisas impressionantes, mas andas pelo chão a maior parte do tempo.

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Uma vida livre? Já tenho.

Alegria? Não podes.

Prazeres? Prefiro estes.

Viver sem regras? Não dá.

Paz? Não tens.

Poder? Não quero.

Amor? Encontrei-O!

A vida eterna?!

Se quiseres, ainda há Deus para ti!

A vida é muito diferente vivida como missão. Não tem que ser grande, nem visível. Basta existir esse sentido: faço isto por esta razão, por estas pessoas, para conseguir este bem. Cada dia, cada tarefa. Como um bom professor, um sacerdote, uma mãe...

Por isso, não cales o desejo de saber que vocação tens. Pede a Deus luz para saber o que quer, e graça para corresponder.

Mas se ainda não chegou o momento de te entregares, dá um sentido de missão aos teus dias. Olha para quem está ao teu lado e vive por eles. Pensa no bem que fazes com esse trabalho e entrega-te a isso.

Vive para os outros. Sempre. É óbvio que vais mudar o mundo!

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