Tema: Natal

Nasceu a luz do mundo. O menino do presépio iluminou-te e fez-te brilhar.

Mas os outros não veem essa luz em ti. Escondeste-a por vergonha. É demasiado simples e ingénua para um mundo sofisticado. E deixaste que se perdesse entre as luzes da ribalta.

A luz do Menino é fogo. Ateia-o primeiro no teu coração. Só serás testemunho, luz, calor, paz... depois de arder.

Maria e José, os pastores, a vaca e o burro, os anjos, os magos... hoje só têm olhos para Jesus.

E tu nessa azáfama, com presentes e comida, mensagens e vídeos, toiletes e novidades!

Calma! O mundo não parou para salvar uma festa: montou-se a festa porque Ele veio salvar o mundo. E não tens tempo para rezar?

Fecharam o gato para não ir às filhoses. Recolhe-te um momento para voltares a Jesus.

Um Santo Natal!

É este o dia que acaba assim.

Bem-vindo Jesus!

Quando vires luzes a piscar, pensa que são anjos a cantar a glória de Deus.

Ao pendurar presentes dourados, põe dentro deles o teu tempo, coração e vida.

Se a árvore tem neve falsa, pede ao Menino que a Sua graça cubra a terra inteira.

Quando acenderes uma vela, diz a Jesus que queres arder assim, aos Seus pés, até ao fim.

E se cruzares o teu olhar com as figuras do presépio, diz-lhes qualquer coisa!

Gestos simples e baratos, feitos por ti em casa, que dão mais côr a este Natal!

Há árvores e luzes, presentes e neve falsa. Há talões de troca e subsídio de férias. Há pais natal, duendes e trenós. Há promoções, descontos e oportunidades.

E há indiferença. Nasce um menino que é Deus e ninguém repara.

Não é para te lamentares, é para o dizeres: no Natal, nasce Jesus. Na nossa festa o convite é para todos.

Só para lembrar. Não vá o barrete tapar-te os olhos.

Não tenho, como os Magos, nada para Te dar.

Não fui generoso, nem forte, nem decidido. Não Te defendi mais do que a mim. Não escutei o que disseste, não quis ver o que mostraste. Não Te recebi. Não fui exemplo. Fugi.

Ofereço-Te agora, inteiro, o meu coração. É um lugar pobre. Como pobre foi o trono que enriqueceste em Belém.

*

Começa o Advento. Deus vem aí. Prepara-te.

Há qualquer coisa que te atrai. Uma luz difusa que não vês por completo. Mas bela, forte, grande. E uma vontade imensa de a descobrir.

Atrás de ti, prendem-te outras coisas boas, que tens medo de perder e não voltar tocar.

À frente, a aventura, o risco, a audácia. Aqui, a segurança e o conhecido.

Toda a vocação pede algo de renúncia. Mas o que é isso para quem ganha Deus?

Junta-te aos magos. E quando chegares a Belém, verás que foi sempre o Menino a iluminar a estrela!

Depois de O ver indefeso e frágil na gruta de Belém? Depois de O ver voluntariamente sujeito às mesmas dificuldades que nós? Depois de O ver sofrer o indizível para nos conseguir a paz? Depois de O ver vulnerável e escondido na hóstia consagrada?

Deus quer precisar de ti.

Não temas, é Ele, levanta-te!

O Verbo fez-se carne.

Existe um homem que é Deus.

Veio para ti. Por amor.

Podes tocá-Lo.

Não é espantoso?!

Um Santo Natal.

Dedica-te aos outros, dedica-te à família. Já viste que sorte? Ter um porto seguro, um refúgio onde te vês sempre rodeado de amor.

Que o entusiasmo por esta noite não venha da atenção que vais receber, mas do carinho que podes dar. E em cada simples gesto de serviço –ouvir a tia, servir um prato, abrir a porta!– agradece ao Menino a família que te deu.

Promete-Lhe o esforço por cuidar sempre de quem Deus pôs ao teu lado, como faziam todos na gruta de Belém e na casa simples de Nazaré.

E se a tua família atravessa dificuldades, procura o calor do presépio, onde és sempre filho e irmão.

Onde estão Maria e José? Este recenseamento tinha logo que calhar quando o bebé está para nascer! Será que estão bem? Ainda terão comida? Com aquela mania de José de dar tudo a quem pede! E se nascer o menino, terão mantas para o aquecer? De certeza que Maria pensou nisso. Mas o burro já ia tão carregado! Que viagem esta...

Continua. Traz os anjos, os pastores, os magos. As crianças, os pobres, os velhos. E entra também, com eles, nesta história deslumbrante de um Deus que vai nascer.

Vamos! Ele está a chegar.

Já sei quem me calha este Natal. E desta vez vou caprichar! Quero dar um presente personalizado: nota-se que é meu e sei que ele vai gostar. Há muito que lho queria oferecer. Não será fácil, mas a ocasião é especial: correrei o mundo para o conseguir. Pensei em tudo: o embrulho, a mensagem, o momento. Não me importa o que dão os outros, desta vez não vou poupar.

E lá estarei no presépio, com a cumplicidade da mãe, de coração na mão, para me oferecer a este amigo que nada tem de secreto.

Sabe das minhas fraquezas e quedas. Das minhas mentiras e desculpas. Da minha infidelidade.

Mas achou que valia a pena encarnar e oferecer-se na cruz para minha salvação. Não poupou nada para me resgatar, mesmo sabendo que eu seria ingrato. Acredita em mim.

Poderei eu continuar a atrasar a conversão? Poderei achar-me incapaz quando o próprio Deus assim me ajuda?

O Menino que esperamos é Deus todo poderoso. Quis nascer frágil, pobre, pequeno, para nos mostrar que Deus é a nossa fortaleza.

Também eu sou frágil. Mas, junto ao Menino, sou forte! E no regaço carinhoso de Maria. E nos braços seguros de S. José.

Com uma confissão bem feita! Que não precisa de esperar pelo dia 24.

Procura reconciliar-te com Deus já no início do Advento. Pedir perdão, limpar a tua alma das mais pequenas faltas de amor.

Assim viverás melhor este tempo de conversão que antecede o Natal. E o Deus Menino sorrirá nos teus braços: nunca te viu tão bonito!

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