Passas horas no telemóvel. Estás sozinho, fechado, escondido. Não vês o que queres mas o que te põe à frente. Tens a vontade amolecida e a vaidade bem alerta. Fome de entretenimento e preguiça para pensar.

Não vês nada de mau.

Mas repara como te comparas mais, como te hipnotizam as tuas próprias fotografias, como achas graça ao que é agressivo, sensual, humilhante.

E repara nas respostas bruscas, na dificuldade em estar com outros, na pouca vontade de servir.

E repara no modo como falas, pobre, agressivo e cheio de erros. No tédio que te causa todo o esforço intelectual.

E repara na beleza…

Qual beleza! Já nem consegues reparar…