Tema: Igreja

É preciso correr o risco de amar. 30 ideias para rezar com as palavras do Papa na JMJ.

"É preciso correr o risco de amar." Disse-o o Papa Francisco em Lisboa perante uma multidão de jovens sedentos de sentido e cheios de generosidade.
Disse-o a ti.
Para que estes dias não sejam apenas uma boa recordação, sugerimos 30 ideias para rezar com as palavras do Papa, e umas perguntas para te ajudar a tomar decisões.
Antes de regressar a Roma, o Santo Padre deixou-nos um desafio: "Partis daqui com o que Deus semeou no coração: fazei-o crescer, guardai-o com diligência (Angelus, 6 agosto)".
Começa tu a cuidar dessa semente, e o fruto da jornada espalhar-se-á à tua volta. E Cristo reinará no coração de todos.

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Onde quer que estejas, qualquer que seja o teu passado, a tua pátria é a de Deus.

Talvez ainda te estranhem os seus concidadãos ou alguns te pareçam demasiado diferentes. É natural, tem de haver lugar para todos. Mas somos do mesmo sangue.

Aqui podes ver de onde vens e com que propósito. O que deves fazer e com que ajuda. O caminho é difícil e não te prometemos nenhuma mansão. Acabarás por consegui-la.

Precisamos de ti, sim. Há uma parte da Igreja que és tu a fazer. Talvez essa que tanto criticas.

Atrasado? Pede boleia.

O tempo que se perde a comparar caminhos diferentes dentro da Igreja, para dizer qual é o melhor e o mais certo! E, pelo meio, a crítica aos piores, que não devem ter percebido a mensagem de Deus. Ou ter-se-á o próprio Deus enganado quando os inspirou?!

Os diferentes carismas queridos por Deus e aprovados pela Igreja, ajudam pessoas diferentes a aproximar-se de Cristo por caminhos diferentes. Há um para ti, que escolhes por ser o teu, não por ser o melhor.

Sê pequeno e fala de Jesus. Com a multidão dos que não O conhecem, não tens tempo para mexericos.

Não percebes por igual toda a doutrina católica. Há verdades e ensinamentos mais difíceis de assentir.

Mas percebeste o suficiente para querer fazer parte dela. Viste que é o caminho para chegar a Cristo, que Cristo é Deus e que o Espírito Santo guia a Igreja.

Não te fizeste católico por ter encontrado um sistema de razões muito bem montado, mas por te reconheceres filho.

Um filho necessitado, que não entende tudo, mas confia na sua mãe.

Há quem ache que a Igreja não devia ter dinheiro por achar que não devia sequer existir. Há quem pegue em dois exemplos infelizes para achar que os padres vivem luxuosamente.

Mas os sensatos percebem que o trabalho feito nas paróquias custa dinheiro e que os padres precisam dele para viver. De onde vem esse dinheiro? Das ofertas.

Por isso, tu e eu ajudamos por justiça. Fazemos parte da Igreja, não vivemos à sua custa.

Não tens que dar mais nem menos que outros. Tens que sentir uma responsabilidade discreta, dando algo que te custe: não é para luxos, é para a conta da luz!

Os exemplos que temos são de quem vive com pouco, e que recebe o mesmo, por muito que tu dês. Pede-se para quem precisa e pede-se para ti.

É que a generosidade com os bens materiais é uma das medida do teu amor a Deus. A mesma que o jovem rico não foi capaz de alcançar e que o fez seguir, triste, por outro caminho.

Quando criticas a moral católica, só falas de temas fraturantes. Dizes que a Igreja proíbe três ou quatro coisas e ficas satisfeito com considerações sentimentais sobre a tua liberdade e os teus direitos. Nunca te deste ao trabalho de perceber as razões do que a Igreja propõe.

É pena. Passas ao lado de uma proposta que daria luz à tua vida, de ideais belos que enchem as tuas ações de sentido, de uma chave completa para o que fazes neste mundo.

Aprofunda. Preferes a boa vida? Isso! A vida moral é precisamente a vida boa!

Estamos na semana de oração pela unidade dos cristãos, tristes pela falta dela entre católicos. E com esperança Naquele que quer trazer todos para o mesmo redil. Com Pedro.

Talvez gostasses que os tempos fossem outros. Mas a Igreja é só uma e é a que existe, diferente, na aparência, da que idealizaste.

Mesmo que hoje te custe entender o que se passa, rezar pela unidade está sempre ao teu alcance. E consegui-la ao alcance de Deus. Estamos em boas mãos.

Antes de conhecer Jesus Cristo, a minha vida era pesada: dificuldades no trabalho, problemas de dinheiro, saúde frágil. Agora, é igual.

Antes de conhecer Jesus Cristo, inquietava-me a aceitação dos outros, vivia com a tentação do sucesso, sempre atraído para ter mais. Agora, é igual.

Antes de conhecer Jesus Cristo, sofria com as feridas, desentendimentos e desilusões; chorava com as minhas fraquezas. Agora, é igual.

Qual é a diferença? A esperança.

Não está tudo péssimo, não é tudo fraco, não vives o pior momento da história. A Igreja não é só escândalos, tu não és só pecado.

Para um cristão, ser realista é contar com Deus: o seu poder e sabedoria, a sua graça e misericórdia. Não para se encostar mas para começar, mudar e fazer crescer. A falta de esperança, além de insensata, é paralisante.

E com essa visão pessimista, há muitas coisas que nem tentas. Pena: tantas obras de arte que ficam por revelar.

Talvez não te dês conta, mas deixas transparecer um certo cinismo quando falas da Igreja. Tão diferente do tom que tinhas quando a descobriste!

Desenhas-lhe estratégias como numa empresa, murmuras divisões como num partido, lanças teorias como na academia.

Para trás, o sentido sobrenatural e familiar de um filho necessitado, o carinho agradecido, o desejo de ser parte.

Já não falas de uma mãe. É a tua fé, mas parece o teu emprego.

É natural que te digam mais os acontecimentos mais próximos. Mas também é teu o resto do mundo: onde há guerra, onde há fome, onde se persegue, onde se sofre...

Tudo é nosso porque é de Cristo. Se fores Dele, caberá o mundo no teu coração. E a oração por todos dará lugar à indiferença com que tens tratado a dor que não sentes.

O Papa convocou a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que está reunida em Roma nestes dias, a pedir ao Espírito Santo que ajude a desbravar os caminhos do futuro da Igreja.

Reza por isto. Pelo Sínodo, por quem participa nele e pela Igreja toda, para que se mantenha fiel à sua missão e seja fermento no meio da massa do mundo.

E não faz mal nenhum que ele tenha um coach. O problema é se na Igreja lhe dizemos só o que diz o coach: conselhos úteis, práticos e animadores, mas sem sentido sobrenatural, sem fé e sem confiança na graça.

Não é suficiente ajudar os outros a ter uma boa vida. Temos que dar-lhes a vida: Cristo, verdadeiro Deus, que encarnou, se entregou por nós e ressuscitou.

Resumindo o cristianismo a conceitos humanos, mentimos e tornamo-lo inútil. Também gosto de boas ideias, mas à Igreja peço a verdade.

Vimo-lo na jornada. Que alegria serena é esta que juntou, como em família, tanta gente? É a de sempre: conhecer Deus e ter uma relação pessoal com Ele, saber o que estamos cá a fazer e lutar para o conquistar, descansar na ajuda sempre pronta dos nossos irmãos.

Mas não podemos ser católicos de eventos! A alegria cristã deve notar-se cada dia, em todo o lado, se somos cristãos com unidade de vida.

Para que esta alegria chegue a mais gente, não basta mudar as atividades da paróquia: tens que mudar tu!

***

Encontras alegria na relação com Deus? Como anda a tua sinceridade?

És um bom anfitrião desta casa da alegria, ou só te dás com os do teu grupinho?

Antes de planeares uma reforma eclesial, pensa que estas palavras são dirigidas a ti.

Queres todos na Igreja? Mesmo os que não te querem? Encontras espaço para os maus e para os violentos? Há lugar para mim?

Não é por moda ou modernice que cabemos na Igreja. É porque Deus enviou o Seu filho ao mundo para a salvação de todos. Vamos ajudar-nos todos, um a um, a perceber que precisamos de ser salvos!

***

Fazes teus os sentimentos de Cristo, que se entregou por cada um de nós? Acolhes qualquer pessoa, como o faria o próprio Jesus?

Reconheces os teus pecados com simplicidade, e acreditas que Deus os perdoa quando te confessas arrependido? Agradeces a Jesus ter subido à cruz para te obter esse perdão?

Não tens que digerir à pressa, não é preciso acabar já. Até pode melhorar com o tempo, e tu serás mais capaz de a saborear.

É importante que fique, que perdure. Seria uma pena esquecer o que se fez na Igreja, em cada grupo, entre todos os que ajudaram ou foram ver. A amizade, a colaboração, o conteúdo, a experiência, as memórias, as luzes, as histórias, as resoluções.

É impossível passar por tudo isto e não desejar um novo impulso para a Igreja em Portugal.

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