Tema: Sinceridade

É preciso correr o risco de amar. 30 ideias para rezar com as palavras do Papa na JMJ.

"É preciso correr o risco de amar." Disse-o o Papa Francisco em Lisboa perante uma multidão de jovens sedentos de sentido e cheios de generosidade.
Disse-o a ti.
Para que estes dias não sejam apenas uma boa recordação, sugerimos 30 ideias para rezar com as palavras do Papa, e umas perguntas para te ajudar a tomar decisões.
Antes de regressar a Roma, o Santo Padre deixou-nos um desafio: "Partis daqui com o que Deus semeou no coração: fazei-o crescer, guardai-o com diligência (Angelus, 6 agosto)".
Começa tu a cuidar dessa semente, e o fruto da jornada espalhar-se-á à tua volta. E Cristo reinará no coração de todos.

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Como todos, tens talentos e defeitos. Mas, com alguma ingenuidade, preferias ter os dos outros. Dás pouco valor àquilo em que és bom e gostavas de ser forte naquilo em que és fraco. Mas não és.

Por isso, mais vale conheceres-te e deixares de ir ter com as situações perigosas em que sabes que vais cair, em que a vontade fraqueja e o coração vacila.

É melhor ir a outro sítio, com outra companhia, outra conversa, outras circunstâncias, outro momento... Se resistem todos, também podes resistir? Talvez um dia.

Mas hoje, que conheces as tuas fraquezas e sabes que é a vaidade a sugerir-te comparações, escolhe ser prudente.

Noite. Sais, divertes-te, bebes um copinho, dois, dez... apanhas uma bebedeira. Pegas no carro, rumo a casa: – E se apanho polícia? Huf! Desta safaste-te.

Outra noite. Sais, divertes-te, bebes um copinho, dois, dez... apanhas uma bebedeira. Pegas no carro, rumo a casa: – E se apanho polícia? E apanhas mesmo! Que azar! Lá vai a carteira. A consciência pesa: nunca mais o repetes.

Moral da história: tem em atenção as consequências dos teus atos.

Tem. Mas essa não é a moral cristã! O problema não é ser apanhado ou visto, pagar uma multa ou ir preso. É o que escolheste fazer de errado, mesmo que não cheguem as consequências.

É difícil perdoar. Custa largar a dor a que nos prendemos para encontrar consolo.

E mais difícil ainda reconhecer a necessidade de perdão. Admitir a própria fraqueza –ou maldade! Aceitar que não temos razão, que mentimos, que humilhamos, que usamos, que temos uma intenção retorcida.

Somos prudentes a esconder erros e astutos a procurar razões. Interessa-nos ocultar as faltas. Já pensaremos na culpa...

Mau caminho o que escolhe o orgulho em vez da esperança.

Disponível, atento e pessoa de palavra. Se te metes num projecto é para te envolveres, se aceitas um convite, não faltas, se te comprometes, entregas.

Desaparecer quando surge algo mais agradável é ser desleal. Dar o dito por não dito é ser mentiroso. Desmarcar-se por não ter protagonismo é ser interesseiro. E tu queres ser o contrário: leal, verdadeiro e atento aos outros.

Podias ter dito que não, mas comprometeste-te. É semanal e dá trabalho? Vai todas as semanas e trabalha. Se havia planos melhores, entregaste-os.

E assemelhas-te a Deus, que é fiel.

Não dá para discutir contigo, não ouves, não queres saber. Queres ganhar.

Metes as pessoas em caixas e não trocas dois argumentos sem humilhar ou inventar.

Sentes-te insultado por mim sem nunca me teres ouvido ou perguntado o que penso. Nem porquê. Para ti, estou na prateleira dos mentecaptos, dos influenciáveis e dos ingénuos. Os que deves educar.

Tens garra. Mas não tens noção. De censura!

Quero, pelo menos, querer.

Não ligues a estas pequenas rebeldias, este tom desafiante de quem ameaça rejeitar o que ofereces.

São birras! Não me abandones.

O lixo que acumulas porque alguém deve limpar, tudo o que gastas porque alguém há de pagar, o café que não tiras porque to levam à secretária.

E as aldrabices que inventas para parecer que fizeste, o trabalho que roubas para fingir que é teu, as ideias que escondes para ganhares só tu. E o tempo que ocupas com os teus vídeos, as tuas compras e os teus jogos.

Não encontras Deus no trabalho se não és verdadeiro e honesto. E só levas alguém até Ele se és simpático e disponível, se facilitas o seu trabalho, se ajudas, se te adiantas no que podes.

O trabalho é um serviço. Já percebi que queres ser servido. Para ganhar o quê?!

Assim começam muitas amizades, quando encontras alguém que tem os mesmos interesses.

Por isso, não tenhas medo de partilhar os teus gostos e opiniões, por muito raros e exclusivos que sejam. Há sempre alguém com mesma pancada!

Se és vago e sério para agradar a todos ou parecer interessante, ninguém te conhece!

Não? É só um equilíbrio entre tensão e prazer?

Podes largar.

Sim? Na diligência com que procuras agradar, na paciência com que escutas, na serenidade com que te relacionas, no tempo que dás aos outros, na paz que tens com Deus, na pureza das intenções, na lealdade delicada, na responsabilidade, na sinceridade, na alegria?

Cuida-o bem.

Não fujas dos temas difíceis da doutrina cristã. Não podemos simplesmente evitar o que levanta discussão, por medo a passar um mau bocado.

Estuda, pergunta, fala. Por fazermos de surdos, há muitas pessoas que julgam que a Igreja diz o que não diz.

O que é difícil de compreender, deve explicar-se melhor, sem fingir que não existe. Se não queremos defender a verdade nunca daremos a conhecer Cristo.

O casamento é uma vocação, uma chamada de Deus.

Não é o que é suposto, o que manda a estatística ou a tradição. Não é para desenrascar, experimentar ou ficar bem. Não é um formalismo ou um copo de água.

É uma entrega. A palavra dada por quem ama e quer amar toda a vida, em qualquer circunstância. O abandono alegre, por amor, de todas as seguranças. O gesto humilde de quem aceita a ajuda de Deus para chegar a Ele, através de alguém.

Se não o for, não cases.

Porque vais ter sorte, porque estás confiante, porque é favorável ao teu signo, porque houve sinais, porque mereces...

Eu não confiava.

Ou trabalhas ou fica tudo na mesma!

Incrível como podes dizer uma coisa dessas! Não és dono da verdade. Deves respeitar a opinião dos outros, cuja verdade é tão válida como a tua. Essa atitude orgulhosa...

Será?

Está descansado. Se és católico, é nisso que acreditas: Cristo é a verdade. E, se assim pensas e vives, porque não hás de o dizer?!

Respeita os outros e ouve-os, interessa-te. Mas a caridade não é verdadeira por abdicares das tuas convicções. Entre duas afirmações contraditórias, uma tem que ser falsa.

E dizer que o Cristianismo é a verdade, está bem longe da postura orgulhosa: é a atitude humilde de quem reconhece que não fabrica o verdadeiro, aceita-o.

Dono da verdade? É ela própria: Deus. Longe Dele, está morno, morno... frio, frio... muito frio...

*

Faz hoje três anos que o Queima-te publicou o primeiro post. Deixa-nos dizer o que cremos.

És muito bom profissionalmente. Empenhas-te com esmero no que te pedem, trabalhas intensamente, com exigência e ordem, mereces cada cêntimo que te pagam.

E no resto? Nas tarefas de casa, nos encargos da paróquia, ao organizar um dia especial, ao cuidar de um familiar? Se te pagassem, quanto merecias?

Porque em tudo encontras Deus, deves trabalhar com profissionalismo em qualquer tarefa. Mais ou menos visível, prestigiante ou agradável.

Um grande trabalhador que esconde o lixo debaixo do tapete é um valente aldrabão!

Se morresses hoje, havia uma comoção geral. Um velório cheio, homenagens sentidas.

Se te dessem palco, arrastavas multidões. Transformavas as pessoas, tocando sempre a emoção certa.

Se pudessem escolher, eras tu o eleito. Para liderar, para imitar, para casar, para desabafar.

Se tivesses a palavra, ninguém te faria frente. Convencias, conquistavas, serias temido.

Se ouvisses as conversas, seriam sobre ti. Exclamações de admiração, orgulho em conhecer-te.

Se te elogiassem, serias sempre o humilde. Desprendido das honras, recusando o mérito.

Se...

Se pensasses mais nos outros, não perdias tanto tempo!

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