Tema: Preguiça

É preciso correr o risco de amar. 30 ideias para rezar com as palavras do Papa na JMJ.

"É preciso correr o risco de amar." Disse-o o Papa Francisco em Lisboa perante uma multidão de jovens sedentos de sentido e cheios de generosidade.
Disse-o a ti.
Para que estes dias não sejam apenas uma boa recordação, sugerimos 30 ideias para rezar com as palavras do Papa, e umas perguntas para te ajudar a tomar decisões.
Antes de regressar a Roma, o Santo Padre deixou-nos um desafio: "Partis daqui com o que Deus semeou no coração: fazei-o crescer, guardai-o com diligência (Angelus, 6 agosto)".
Começa tu a cuidar dessa semente, e o fruto da jornada espalhar-se-á à tua volta. E Cristo reinará no coração de todos.

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Falta uma semana para as eleições legislativas em Portugal.

Não sei com que ideais te identificas, que confiança tens nos políticos, nem que visão tens sobre o estado. Mas tens uma obrigação: conhecer.

Não podes desligar-te da sociedade em que Deus te colocou para intervir. Não podes faltar por preguiça, não podes votar ao acaso, não podes desprezar o direito a dizer o que pensas.

Ainda tens tempo de ler programas, pedir opiniões e decidir o que fazer, sabendo que o teu país é governado por aqueles que tu escolhes.

Faças o que fizeres, seu preguiçoso, estás a escolher!

Sempre foste uma máquina! Trabalhador, organizado, rápido, eficaz.

Mas agora descobriste que não és imune à preguiça, ao erro, ao desleixo ou à perda de tempo. É que tens de trabalhar no que não te apetece. Não te entusiasma o que fazes agora. Nem por vaidade!

Cresce. É muito bom trabalhar com entusiasmo. Como o é procurar esse entusiasmo no valor sobrenatural do trabalho. Mas nem sempre é fácil e, com mais ou menos vontade, tens mesmo é que trabalhar. Bem.

Não sabias, ninguém te disse, não eras tu o responsável, ficaste à espera, não viste…

Então pergunta, telefona, pesquisa, aprende, arrisca! É preciso fazer tudo por ti?! Será que alguém te pode confiar uma tarefa?!

Sim, eu sei que não sabias. Outros também não. E fizeram.

Tens alergia aos trabalhos mais simples e humildes. Mudar uma lâmpada, trocar o rolo, lavar a travessa, meter-se debaixo da cama para aspirar.

Eu percebo que te custe. Mas então, como é que eles se fazem? Alguém fará? Chama-se uma pessoa? Paga-se a uma empresa?

Não sejas preguiçoso, não queiras ser um príncipe. Não te consideres demasiado digno para esses trabalhos. Imaginas, na Sagrada Família, alguém a esquivar-se das tarefas?

Ajuda em casa! Sem reclamações e sem truques. Já são demasiadas as coisas que sobram para a mãe!

As nossas escolhas têm consequências que muitas vezes desconhecemos ou estão tão longe no tempo que nem nos queremos preocupar. O mais fácil é viver de impulsos, decidir no calor do momento o lado para que me inclino. Escolher pouco, deixar-se levar.

Mas o melhor é ter princípios que te ajudem a escolher acertadamente. Sem eles, optas pelo fácil, pela solução imediata, pelo que adia o problema ou o deixa para outros. O mesmo problema que acabarás por encontrar depois, mais duro e implacável, e sem poder fugir.

Não escolhas porque te apetece. Escolhe porque está certo. E o que está certo? Estuda, pergunta e, nas coisas pequenas, bate com a cabeça nas paredes! Aprende.

Não é assim tão difícil. Tens a ajuda de Deus e da Igreja. E vais ver que o certo acabará por te apetecer.

Acontece tantas vezes! Depois de uma conversa, de uma leitura, de um tempo de oração... ficamos inflamados! Vemos com clareza o que podemos fazer por Deus e temos vontade de conquistar o mundo, de dar a vida, de fazer coisas grandes. Mas passa o tempo e aquele entusiasmo desaparece. Onde víamos desafio encontramos monotonia; onde tínhamos garra, preguiça; onde havia paixão, tédio.

É a hora do amor. Esse Jesus que agora se esconde, pede a tua fidelidade. E a consciência de que o fogo, quando não se alimenta, apaga-se.

Volta ao trabalho. Mas desta vez muito mais preso a Jesus. Faz as coisas por Ele e com Ele. Isso sim, entusiasma!

Tens amigos, tens tempo, tens talento... E tens preguiça. Trocas o tempo com os outros por uma tarde em casa, sem fazer nada de especial. Trocas uma conversa por umas mensagens. Desmarcas porque não te apetece.

Não queres que te chateiem no teu cantinho. Sabes que ir ter com as pessoas pode custar, pode desiludir, pode dar trabalho. Mas precisas dos outros. E eles de ti.

Vai. Está com as pessoas. Dá o teu tempo. Ouve quando é simpático ou insuportável. Serve quando tens obrigação ou quando não esperam nada. Ajuda quando agradecem ou desprezam.

Vive mais para os outros. E menos para os teus gostos, o teu conforto, a tua segurança, o teu computador, o teu telemóvel... o teu egoísmo.

Para aqueles dias em que vais cedendo à preguiça. Aos poucos, um atraso de cada vez. Não decidiste não fazer nada, simplesmente adiaste uns minutos. E depois outros. E entretanto fizeste uma coisa fácil e desinteressante e adiaste outro tanto. Dormitaste, viste uns vídeos, scroll down, zapping... Lanchaste bem para depois começar a trabalhar. Mas ainda foste à casa de banho e procurar não sei o quê no quarto. Finalmente, sentas-te à secretária. Tens meia hora para trabalhar. Oh! Já não vale a pena. Descansa hoje e dorme bem. Amanhã já pegas nisso... Assim vem a tentação, a tristeza, a irritação. E ái de quem te diga que és preguiçoso!

Com as férias a meio já deves ter olhado para o ano que passou. Teve coisas boas e outras menos conseguidas. Já sabes o que queres emendar no próximo? Vais começar no dia 1 de setembro? Não! Começa hoje com todos os propósitos pessoais. Ah, só olhaste para as coisas exteriores?! Então volta a esse exame de consciência e pensa em que coisas podes amar mais o Senhor. No trabalho? Na família? Na relação com os amigos? E em todas essas lutas interiores, não esperes pelo novo ano para começar. Começa hoje.

Chegas ao fim de um dia, de uma semana, de um mês com a sensação de não ter feito nada. Ocupaste o tempo com tretas: vídeos, jogos, sestas, bolachas, memes, redes... nada de mau. E nada de bom! Cuidado: essa sensação de inutilidade é desagradável, mas acaba por habituar. Que pena! Podias ter estado com outras pessoas, podias aprender matérias interessantes, podias ter visto coisas lindíssimas, podias ter servido alguém, podias ter construído alguma coisa e melhorado a tua personalidade. Podias ter rezado e ficado mais próximo de Deus. Mas só mataste o tempo... Força! Vais a tempo de mudar.

É preguiça. Há muitas razões para não fazeres o que queres. Mas preguiça?... Fixa uma hora para te levantares e quando o despertador tocar, levanta-te. Só custa nos primeiros dias. Oferece por Cristo e começas o dia com uma vitória.