Tema: Santidade

Estás chamado a ser sincero, mesmo que os outros mintam. A ser honesto, ainda que sejas o único. A ser generoso no meio de tanto egoísmo.

Esquece essa intuição infantil de que é justo pecar tanto como os outros! É a Deus que respondes. À verdade e ao bem.

Luta por ser santo, não por ficar acima da média.

Agarra-te a qualquer coisa! Faz o teu caminho...

Esta não é uma ideia cristã! Não está cada um por si, abandonado aos caprichos do acaso. Há um Deus que te quer junto Dele e que O encontres caminhando com outros.

Não podemos olhar para os que estão à nossa volta sem nos preocuparmos com a sua felicidade. Não é esse o olhar de Jesus que queres imitar.

A quem podes, com simplicidade, apresentar Deus? Sim, tu! Aí não há mais ninguém.

...a meta importa tudo!

A vida eterna é o que nos dá esperança nesta vida, é a única razão para esperar. Sem ela perde sentido a nossa sede de justiça e o desejo de infinito.

Mas essa felicidade eterna alcança-se por um caminho feliz na terra. A sede de Deus é a mesma e podemos saborear já um pouco dessa glória.

Pensa no céu. Pensa no prémio. É bom desejar Deus.

É bonita a tua preferência pelos mais fracos, a consideração que tens por quem sofreu ou sofre, a comoção que sentes pela dor e pela doença.

Mas chega a ser tão sentimental que lhes nega a autonomia, tão boazinha que lhes despreza a liberdade.

Ajuda no que podes, ajudando-os a dar o que podem. Não é preciso –nem bom!– desculpar tudo e tudo permitir. Há lutas a travar, talentos por descobrir, pecados a corrigir.

O caminho é diferente. Mas a proposta ainda é a santidade.

Não há coisas más, só exageros. Faz o que quiseres desde que não abuses, esse é o verdadeiro bem: ninguém se irrita com proibições, todos são equilibrados porque moderam a voracidade. Só não te podes passar.

Para aconselhar é o ideal: nunca sugeres cortar, só reduzir. Para ouvir, melhor ainda: não tens nada que mudar. Para todos, é a vitória do parecer sobre o ser.

É fácil disfarçar a fraqueza com a caridade, trocar a verdade pela convivência pacífica. Quase pedes a Deus que te ame com moderação.

Mas a santidade é exigente. Como foi a Cruz.

O que escolhes? Aproveitar os prazeres da vida ou renunciar aos teus desejos? Viver livremente ou sob as regras arbitrárias de uns homens de preto? Confiar no que podes comprovar ou deixar-te levar por fábulas? Viver feliz nesta terra ou sonhar com um além que não existe?

Tens medo destas perguntas?! Então dirige-as aos santos. A resposta é enérgica!

Quem experimentou alguma vez que a felicidade está nos prazeres?! Numa vida sem regras ou nas promessas do que é sensível?! Pobre felicidade a que ficou aquém da paz, que trocou a verdade pelo que tinha ao alcance da mão, que desprezou a liberdade prendendo-a no charco das suas vistas curtas. Que nunca soube quanto se pode chegar a amar quando se é amado sem medida!

Eras tu quem devia fazer as perguntas! Porquê escolher uma vida estreita quando podes conhecer o único que sabe fazer-te feliz? Não o deus pequenino que confundes com regras e invenções. O Deus que te criou, que está perto de ti, que te ama e te quer junto a Si para sempre.

Com a multidão dos felizes Santos que hoje celebramos, é hora de gritar a cada um: vem ver.

Bonito, forte, com saúde. Modelo de trabalho e de vida social. Rijo e meigo. Eloquente e bom ouvinte. Entregue a cada um mas desprendido de tudo. Bem disposto, engraçado. Inteligente, cheio de doutrina e experiente na oração. Sempre reto, transparente. De família estável e futuro seguro. Educado, oportuno, atento. Piedoso, simples. Audaz e responsável. Cheio de amigos. Cheio de admiradores. Humilde...

Mas Deus não ama tipos ideais. Ama-te a ti.

O teu exemplo são os santos. Não o católico de catálogo, perfeitinho, que não existe.

* E com quem elas não vão casar!

Tinha que ser agora, era o momento ideal. Fizeste planos, estavas entusiasmado com a expectativa... E não deu. Vai demorar tempo.

Deste muitas horas, empenhaste-te como em nenhum outro projeto, tinhas uma certa segurança de que daria... E falhou. Precisava de mais dedicação.

Estavas a lutar bem, um longo período sem quedas. Animado com a ideia de deixar um problema para trás... E caíste. É preciso voltar ao início.

Estás farto de lhe dizer, já conversaste com calma, já lhe deste razões... E ele não muda. Ainda não consegue.

Com paciência verás muito mais frutos: maduros e colhidos nos tempos de Deus. Espera.

Com mau feitio de manhã e sono depois do almoço. Com vontade de perder tempo e sem tempo para o que querem. Sem gosto por estudar e com sonhos de carreira. Com ideais grandes e distraídos nas coisas pequenas. Com respostas tortas em momentos de cansaço. Com birras infantis e vaidades secretas. Com muitos propósitos e outras tantas derrotas.

Inseguros de si mesmos, agarraram-se a Deus, lutaram e venceram.

Também podes.

Mal cotado, com uma expectativa de retorno negativa. Volátil e com forte possibilidade de incumprimento.

Mas Jesus investiu em ti. Tudo. A vida! Pagou por ti o preço do Seu sangue, derramado na cruz por amor.

Talvez não sejas o ativo mais rentável, mas tens razões para agradecer. Com obras. Com a vida!

Eras um mau investimento, mas não para Deus. Ele não se enganou: apostou em ti com esses talentos e fraquezas, esperando que possas render. Tem informação privilegiada!

A vida na Igreja é a tua praia. Não só pela fé que tens: socialmente, é o teu sítio. Tens jeito, gostam de ti, és conhecido, pedem a tua ajuda, querem que lideres, és elogiado.

Agradece a Jesus e oferece-Lhe todo esse gosto e louvores.

Mas diz-Lhe que O queres amar do mesmo modo quando deixares de ser popular. Diz-Lhe que queres passar despercebido, que preferes servir sem ser visto, que renuncias a todos os elogios para que O vejam só a Ele.

Não estás aqui por ter encontrado um grupinho giro para sair! Tens de ser santo.

Porque tem razões profundas para a alegria, porque liga mais aos amigos do que às figuras, porque não dá tudo ao que vale pouco.

E para desfrutar não precisa de beber demais, nem das drogas mais leves, nem de adrenalina. A paz que tem é real.

Também não gasta o que não tem, nem o que não é seu, coisas ou pessoas.

E assim livre e desprendido, consegue ser o rei da festa: é que a verdade atrai.

Bons arraiais!

Que não se importaram com o que os outros disseram. Que riram a bom rir com coisas invisíveis. Que choraram sem freio por pequenas desilusões. Que passaram vergonhas que podiam evitar. Que trocaram uma vida cómoda por outra bem dura. Que falaram com uma convicção estranha à maioria. Que arriscaram sem medo o que tememos perder. Que eram bem deste mundo mas pareciam viver noutro.

Loucuras parecidas às dos apaixonados. Mesmo parecidas...

Estavas contente, quase eufórico, com a vida a correr bem. No trabalho, entre amigos –até espiritualmente– nunca estiveste tão satisfeito.

E, por uma tentação baixa, deste uma queda humilhante. Passaste da euforia à vergonha de um pecado vulgar.

Talvez Deus permita essas tentações para te recordar que não és nada sem Ele. Para que voltes humildemente, desprezando a vaidade, a querer só a Sua glória. Não estás cá para ser o senhor do mundo, mas para levar o mundo, como instrumento, até Deus.

O único caminho para ser feliz está cheio de confessionários.

Era um advogado católico, que trabalhava pro bono um dia por semana, para ajudar quem precisa.

Era uma secretária católica, que tinha no local de trabalho um crucifixo, para se lembrar de Deus a cada momento.

Era um motorista de autocarro católico, que cumprimentava todos os que entravam.

Era um político católico, que defendia o bem comum, a dignidade da pessoa humana, a centralidade da família e a liberdade de educação.

Era uma universitária católica, que guardava tempo para ir à missa diariamente.

Heróis de todos os dias. «Santos ao pé da porta», como diz o Papa Francisco. Queres ser um deles?

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