Tema: Carácter

O restaurante, o plano, as férias, a cor, as horas...

Nunca tomas posição, não queres decidir. Foges de tudo o que te possa complicar a vida, suscitar críticas, criar conflitos.

Parece amabilidade mas é, na verdade, indiferença. Uma preguiça para tudo, que te impede de desfrutar a fundo das coisas boas.

Anda, mexe-te, arrisca! O prazer da tranquilidade vale muito pouco comparado com o da aventura!

É sempre!

Não foste nada claro, mas ele é que não percebeu. Não atendeste mil vezes, mas ele é que te recusou uma chamada. Não te empenhaste, mas eles muito menos. Não aceitas críticas, mas ele é que tem a mania. Não estudaste, mas eles é que dão imenso trabalho.

Procuras sempre justificações, nunca responsabilidade.

Com um pouco mais de humildade podias, pelo menos, ser realista. Dava para ir corrigindo o que é, obviamente, culpa tua.

Serias capaz de o contar com sinceridade? As aplicações que usas, as pesquisas que fazes, todos os perfis que tens, o tipo de vídeos que vês, o que jogas, em que gastas dinheiro, o tempo exato que perdes.

Ou é uma versão oculta de ti próprio? O teu refúgio para fazer o que quiseres sem ser visto?

Com uma vida dupla não podes estar bem com Deus. Sem sinceridade não podes estar bem com os outros.

Não tens que apregoar ao mundo o que fazes na internet mas, a quem te ajuda, podes pedir conselhos. E ir cortando, uma a uma, as coisas que te envergonham, roubam tempo e sono, e afastam de Cristo.

Muito mais do que dizem os outros, muito mais do que achas, muito mais do que o mundo diz que podes alcançar.

Vales mesmo quando não és capaz do que todos são, quando ficas para trás, quando são patentes os teus erros. Vales mesmo quando és o último, quando estás sujo, quando estás só.

Foste querido por Deus e por Ele amado até à entrega completa na cruz. Isto é imutável e bem mais certo que as avaliações de quem tens ao lado. Deus acredita em ti e admira toda a tua beleza: tenta recordá-lo mais vezes.

Ainda que sejas líder e tenhas talento para isso, vais errar e fazer mal algumas coisas.

Não o escondas, não sejas teimoso, não inventes desculpas. Domina o orgulho, admite o erro e pede perdão.

Sim, perante a equipa e aqueles em quem mandas. Não terás qualquer autoridade se não vês na liderança um serviço.

Também se és pai, mãe, polícia, professor, padre, mestre, capitão... apóstolo!

Já viste a mensagem. Sem abrir a aplicação ninguém vê que viste. Se não respondes logo talvez fiquem com a ideia de que és muito ocupado. Ganhas tempo. Atrasas o esforço de ir consultar a agenda para poder responder. E tentas manter aquela ténue sensação de liberdade por não te comprometeres numa resposta.

Do lado de cá fica a dúvida: anda muito atarefado, talvez seja distraído, pode ter-se esquecido sem querer, está a tentar procurar buracos na agenda, perdeu o telemóvel, os jovens de hoje são assim...

Ou será que te estás a marimbar? Que desprezas quem ficou pendente da resposta?

É o que parece.

Que pena.

Surge como obrigação, necessidade que aceitas com abnegação e virtude. E dás tempo, energia e cabeça para cuidar de quem precisa de ti.

Mas há mais. Aqui somos felizes fazendo felizes os outros. Se puseres alegria, tirarás alegria.

Agradece o que aprendes dos mais necessitados, da sua história rica, da humildade com que se põem nas tuas mãos, das suas lutas e recomeços. Não há descartáveis.

Cuida –ouve, trata, limpa, sara– com alegria! É um privilégio teres agora alguém confiado, a quem podes retribuir o que recebeste, a quem podes fazer feliz. Em quem tens Cristo.

Mudavas processos, tiravas as pessoas, gastavas dinheiro, encontravas gente competente. Como se fosse tudo fácil, como se os que lá estão andassem todos a tentar o oposto.

Falta-te realismo. E falta-te caridade.

É claro que vale a pena melhorar, que deves apontar o que te parece errado. Mas serve de pouco o herói salvador que é incapaz de trabalhar com alguém. És tu, e não os outros, quem não quer fazer equipa.

Não mandes bitaites, colabora. Ou vai fazer a tua cena para outro lado.

É bom teres gostos, é importante teres hábitos, é exasperante teres manias!

Estás agarrado a coisas sem importância e dás peso a pormenores que os outros não conseguem valorizar.

Ficas nervoso, inquieto e desconfortável. Respira fundo e não digas nada: é mania tua! O que eles estão a fazer é perfeitamente normal.

Como se fosse bom apenas por te apetecer. Ou como se fosse uma fatalidade e não pudesses controlar os teus desejos.

Dentro dos teus apetites há coisas boas e más, inclinações certas e erradas. Não és mais livre por fazeres tudo o que passa pela cabeça. Serias, se dominasses a tua vontade e conseguisses escolher fazer o bem, apeteça ou não.

És muito influenciável, a internet molda-te, repetes o que fica bem. Dás ares de rebelde a quem ninguém dá lições, mas és bem mansinho: copias tudo o que te põem à frente. Não defendes muito bem as tuas causas.

Domina-te, ganha disciplina! E chegará a apetecer-te o que está certo.

Cortas a direito com uma sinceridade clara e rápida. A quem vê de fora, esse pulso forte gera alguma admiração. Sabes isso e fomentas um certo culto da tua personalidade.

Mas para quem vive à tua volta, és insuportável. Sempre negativo, sempre crítico, sempre a ensinar. Eles não fazem nada, eles fazem mal, eles fazem tarde.

Na verdade, eles sabem fazer bem, só não querem fazer contigo. Podes ser sincero e viver a caridade: muda tu primeiro.

Destacas-te como bom cristão, sabes mais, rezas mais, tens outra postura e, aparentemente, mais fé. Não duvido: se corressem todos na mesma pista, ganhavas.

E então?! És o melhor do grupo? Não o sabes, não é o que procuras e não é -não deveria ser- o que te move.

O que te pede Deus? Que dons te deu? Como és generoso? Quanto confias? Quanto te parece suficiente?

O teu amor a Deus pode crescer sempre. Se te orgulhas por amar mais do que outros, já começou a diminuir.

Vais querer ser exemplo de fidelidade ou gabar-te de obstinada rebeldia? Vais querer continuar a parecer miúdo ou aceitar a beleza de ser velho? Vais querer ensiná-los com orgulho ou lamentar o que não aprendeste? Vais querer falar-lhes de Deus ou deixá-los presos à terra? Vais querer ser agradecido ou um pobre amargurado?

Não, a vida não são dois dias. Acabarás por colher aquilo que semeias hoje. É o que tens para dar aos outros. Pensa neles.

E agradece a vida dos teus avós, no dia dos de Jesus.

Custa-te muito que te vejam errar. Sentes uma grande humilhação por ser corrigido. Vives inquieto com o medo de não vencer.

Fazes coisas incríveis, tens imensos talentos e, mesmo assim, preferes os dos outros. Querias aquele sucesso,  aquela ferramenta, aquele jeito.

Desculpa, és orgulhoso e pouco agradecido. Não valorizas o que te foi dado e insistes em comparar-te, como se os dons fossem armas para derrubar e chegar primeiro.

Terás outra alegria se souberes pedir ajuda, se usares os talentos para servir, se fores discreto e agradecido pelo que tens: dons de Deus, que os pede de volta.

Jantar de amigos. Na conversa, serena, foram aparecendo nomes de outros que não estavam presentes.

Sobre os que havia coisas boas a contar, saíram elogios e uma alegria sincera, quase orgulhosa, de sermos também seus amigos.

Sobre os que havia novidades menos felizes houve... preocupação, compreensão e sugestões para os tentar ajudar. Com o mesmo orgulho de sermos amigos seus.

Dos teus amigos não falas mal nas costas.

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