Tema: Frivolidade

É preciso correr o risco de amar. 30 ideias para rezar com as palavras do Papa na JMJ.

"É preciso correr o risco de amar." Disse-o o Papa Francisco em Lisboa perante uma multidão de jovens sedentos de sentido e cheios de generosidade.
Disse-o a ti.
Para que estes dias não sejam apenas uma boa recordação, sugerimos 30 ideias para rezar com as palavras do Papa, e umas perguntas para te ajudar a tomar decisões.
Antes de regressar a Roma, o Santo Padre deixou-nos um desafio: "Partis daqui com o que Deus semeou no coração: fazei-o crescer, guardai-o com diligência (Angelus, 6 agosto)".
Começa tu a cuidar dessa semente, e o fruto da jornada espalhar-se-á à tua volta. E Cristo reinará no coração de todos.

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Fica-te bem essa corzinha. E dá gosto ver-te assim, com bom ar e alegre.

Mas trabalhas o bronzeado meticulosamente! Os horários, o ângulo de exposição ao sol, os cremes, as manchinhas, o tom uniforme, os estudos ao espelho... O teu verão serve, sobretudo, para ficares apetecível.

Não te preocupes tanto: gostamos muito de ti mas não é por isso. Nem te interessa o afeto dos que te desprezam em tom pálido!

E, sendo uma pessoa comprometida, far-te-á bem essa obsessão por ficar atraente?!

Tudo te passa pela cabeça. Não consegues evitar que esses pensamentos cheguem, mas podes escolher o que fazer com eles.

E alimentas o que te faz mal: filmes impossíveis, cenários improváveis, finais desfasados da realidade que te alimentam a ansiedade. Histórias negativas que te enchem de medo ou ilusões perfeitas que te enchem de ti próprio.

Podes mandar mais na imaginação, ocupá-la com pessoas, com bons projectos e com Deus. Sem perder tempo em filmes mentais, ganhando em realismo e objetividade. Não vives em Hollywood.

Normalmente estás contente. Tens capacidade de entusiasmo para os projectos em que te metes: pensas com audácia, procuras surpreender e agradar, consegues trabalhar com serenidade e alegria.

Mas quando chegas ao fim, depois do consolo de ter terminado bem uma tarefa, deixas-te abater um bocadinho. Por momentos, não tens nada para mostrar, para te distrair, para receber elogios e ter importância. E dás espaço a perguntas sem sentido: o que os outros acham de ti, se o que fazes é mesmo importante, se vão voltar a contar contigo...

É muito boa essa capacidade de entusiasmo. Mas as pequenas tristezas mostram que podes trabalhar com outra intenção: só para Jesus, enquanto e naquilo que Ele quiser.

Precisam de ti. És tu que lideras, que fazes os bons planos. Conheces as pessoas, és bom amigo, sabes ouvir e aconselhar. Sem ser famoso, és popular.

Mas isso, ultimamente, diminuiu: parece que contam menos contigo. Será que já não precisam?

Estás habituado a ser regaço. Aproveita esta aparente solidão para purificar o desejo de servir e fazê-lo, de agora em diante, para consolar, não pelo consolo de ser necessário.

Continuam a precisar de ti. E tu de Deus que te deu esse dom para ajudar outros. Não o troques pela popularidade.

Entusiasmas-te com projetos novos, tens ideias, fazes planos. Pões uma esperança grande no que ainda não foi estreado e não tem nenhum defeito.

E eles aparecem: o teu cansaço, as opiniões diferentes, o que afinal não pode ser como sonhaste, as partes chatas de todos os trabalhos...

Por isso, não acabas nada! Não perseveras, não o levas até ao fim. Vais substituindo esse dever por outro, entusiasmante, que tem também os dias contados.

Não tens de estar motivado. Tens de te comprometer e acabar o que começas, grande ou pequeno, com empenho nas últimas pedras.

Não atires ao vento, por criancice, tanto potencial.

Esta pergunta não é só para os famosos, ou para os ricos, ou poderosos, ou influencers. É para todos os que desejam sê-lo. É para ti.

Encontras segurança em viver confortavelmente, ser socialmente aceite, poder mostrar os teus talentos, ser ouvido e respeitado. Não muito, só o suficiente, o normal.

Mesmo assim, para quê?

Agradece a Deus se a vida te corre bem. Mas entrega-a se, para correr bem, deixas Deus em segundo.

Para te agarrar à terra, bastam os fios mais finos. Os mesmos que não te deixam desfrutar a alegria do abandono e que podem fazer perder a tua alma. O mundo inteiro? Não vale nada.

Fazes os mínimos, nunca arriscas. Tens medo que perturbem a tua tranquilidade egoísta. És um picuinhas que se fere com as coisas mais insignificantes. Não tens interesses e a tua conversa resume-se a frivolidades e prazeres.

Foste feito para mais! Para uma vida de heroísmo, de aventura, de amor.

Se podes ser melhor, tenta. Se podes dar mais, arrisca. És filho de Deus: o mundo é teu.

***

Estás disposto a complicar a tua vida para dedicar mais tempo aos outros?

Tens metas altas no trabalho e no estudo para que o teu testemunho cristão chegue a mais pessoas?

Em tudo o que fazes o que mais importa é a tua imagem. Se corre mal mas tu ficas bem visto, correu bem. Se corre bem mas ficas com má imagem, foi uma desgraça!

Não olhas ao espelho para ver como estás, mas como te veem. Treinas com a imaginação as discussões que ganhas e as curiosidades que tens para contar. Revives vezes sem conta os momentos em que perdeste, para os tentar recuperar. O grande medo é que percebam que tens defeitos.

Tens e são bem patentes. Que complicação tentar escondê-los em vez de os vencer.

Ai! Será que alguém pensou em ti quando leu este post?!

Se dás por ti a deslizar sem rumo nem interesse, se te espantas com as coisas sinistras que aparecem no feed, se corarias por saberem as futilidades com que perdes tempo, se preferes não ver o tempo médio de atividade no teu perfil, se não aguentas uma pausa sem procurar novidades, se te preocupas mais por ser seguido que por seguir, se é onde estás antes de adormecer, se te interrompe a oração...

Não voltes cá hoje. Não perdes rigorosamente nada!

Transformas-te a fazer compras. Um entusiasmo que não tens para mais nada, justificações racionais que não costumas usar no resto, e a ideia angustiante de que a tua vida depende do que vais comprar.

Até me ofendes! Parece que isso é mais importante do que eu.

O que ganhas com tantas coisas? Status? Conforto? Ficas mais bonito? Falam de ti? Se isso não vale nada...

Estás preso no que possuis. Não consegues verdadeiramente entregar-te a Deus. Não és capaz de te dar aos outros.

Ainda és tu que tens a chave.

És fortíssimo. Pões uma coisa na cabeça e não há quem te pare até a conquistares. Carregas sozinho o que vários juntos não conseguem. Se é para fazer, levas tudo à frente!

Mas não controlas os apetites mais básicos. Amoleces e cais sem chegar a lutar. O comodismo, o desleixo, a comida, a impureza... envergonham-te porque te dominam.

Pede a Jesus que te dê a Sua força. Os teus músculos dão para mostrar e ajudam-te a agir. Mas não chegam para amar.

Sem a graça de Deus és um trapezista: fazes coisas impressionantes, mas andas pelo chão a maior parte do tempo.

A criar histórias irreais em que tu és o maior!

Pés na terra! Não poderás aproveitar melhor o tempo?

O erro não teve importância nenhuma (talvez nem seja um erro!). O assunto é pouco relevante. Ninguém reparou. Ninguém foi prejudicado. Não tens qualquer apreço por essa pessoa. Não queres ajudar em nada.

Mas gostas muito de te ouvir e vais-lhe dar uma lição! É uma oportunidade para saberem que tu sabes. Simulas indiferença e explicas que não é assim, que já ouviste o contrário, que até estás por dentro, que conheces fulano...

Não te admires que as pessoas te evitem. São bem mais simpáticos os que sabem ouvir e aceitam aprender. Os da escola da humildade!

O que quer Deus de ti? Deu-te talentos, coração e uma enorme vontade de fazer algo grande. Sonhas mudar o mundo, dar testemunho de Cristo, levar almas para o céu. Mas onde? De que modo? Deus não te chama!

É que já chamou e não O ouviste. Chamou-te ontem para seres simpático, chamou-te hoje para largares o telemóvel, chamou-te há pouco para fazeres a cama. Chama-te agora para rezares, cumprires os teus encargos, estar atento na Missa, olhar menos ao espelho, perdoar…

Não serás capaz de reconhecer a chamada de Deus, se não ligas às coisas a que Ele já te chamou.

Por estares feito para coisas grandes, não podes desprezar as pequenas.

Eu sei que não é por mal. Mas não reparas porque estás sempre a olhar para o teu umbigo.

E chegas atrasado, e desmarcas em cima da hora, e esqueces-te. Precisas de alguma coisa e queres 30 pessoas a fazê-la por ti. Estacionas mal e os outros que esperem. Tentas sempre passar à frente. Falas por cima, interrompes, mudas de assunto. Bocejas, espreguiças-te, desligas. Sempre na tua. Não vês ninguém. Chocas com as pessoas. Até fisicamente!

Muda o chip: olha. Há mais gente à tua volta.

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