Com os meus amigos sou um maluco. Com os meus pais, responsável. Com o chefe, incansável. Nas redes sociais, atraente. Na escola, retorcido. Na igreja devoto... Escondo umas coisas aqui, revelo outras ali, invento umas quantas acolá. Sei jogar. Sei o que descansa esta pessoa, o que me livra de responsabilidades, o que aquele quer ouvir.
Mas então, qual das personagens sou eu?
Tranquiliza-me a sensação de não ser nenhuma. O verdadeiro eu está cá atrás, escondido de todos, a manusear as marionetas.
Só que não! Se não for sempre a mesma pessoa, sincera, sem máscaras, serei simplesmente alguém sem personalidade. Bom para festas mas difícil de conhecer e de confiar.
Ainda que uma multidão aplauda os meus disfarces, o mais provável é acabar sozinho.