O apóstolo da noite era um cristão moderno, esclarecido e sofisticado. Seguro de si e cheio de amor para dar.

Queria provar, a esses velhos condenadores de bailes e boates, que não havia nenhum mal em sair à noite. Que era até necessária uma presença cristã nesses ambientes.

E ali se movia! Confiante e alegre, líder, centro de atenções. Ao início, discreto. Entrada a noite, mais animado... até se deixar levar totalmente pelo ambiente que queria contrariar.

E voltava a casa numa alegria eufórica, que sabia efémera. No fundo, humilhado com o que trazia dentro: o que viu, sentiu, tocou, roubou. A cabeça pesada, os bolsos vazios, sujo por fora e por dentro.

O apóstolo da noite caiu em si. Aquele proselitismo não funcionava. E como não queria ir para a pista de Bíblia erguida, faz agora o seu apostolado durante o dia. Ou à noite, com amigos, em locais tranquilos, decentes e bons para conversar!

Já não é o apóstolo da noite. É só um cristão prudente.